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A Universidade Federal do Ceará (UFC) iniciou na manhã da última segunda-feira, dia 26 de fevereiro, o 42º Congresso do ANDES-SN, a maior e mais importante instância deliberativa do Sindicato Nacional. O Campus do Pici foi o local escolhido pela diretoria do ANDES-SN e pelo Sindicato dos Docentes das Universidades Federais do Estado do Ceará (ADUFC), para receber os(as) docentes durante os cinco dias de evento, até o dia 1º de março. O tema central desta edição trata sobre “Reverter as contrarreformas, em defesa da educação, dos serviços públicos, das liberdades democráticas e direitos sociais”.

Ao som dos tambores e batuques do Maracatu Solar, os(as) professores(as) foram recepcionados na capital do Ceará antes da primeira plenária do dia. O Maracatu Solar é um programa de formação cultural continuada voltado à cultura popular de Fortaleza e do Ceará. Criado com forte fundamentação histórica no universo do maracatu cearense, tem como objetivo agregar valores a esta importante manifestação cultural e servir como instrumento de formação de novos praticantes (brincantes) do maracatu. 
 
Após a apresentação cultural, teve início a plenária de abertura, que contou com integrantes da diretoria do ANDES-SN e de diversas entidades sindicais, coletivos e movimentos sindicais, que reiteraram a luta dos(as) trabalhadores(as) contra o desmonte do Estado. O presidente do ANDES-SN, Gustavo Seferian saudou a Associação de Docentes da Universidade Federal do Ceará (ADUFC), organizadora do evento, as(os) convidadas(os) e docentes de todo o país, que participam do congresso. Seferian reafirmou os desafios do Sindicato Nacional em defesa das liberdades democráticas, do serviço públicos, das instituições públicas de ensino e do trabalho docente. 

Durante a sua fala inicial, Seferian prestou homenagem à professora Marinalva Oliveira, ex-presidenta do Sindicato Nacional, e ao professor Alex Santos, ex-diretor da Seção Sindical do ANDES-SN na Universidade Estadual do Ceará (Sinduece), que faleceram recentemente. Na oportunidade foram veiculados vídeos com depoimentos em tributo à memória dos(as) docentes. Já a professora Irenísia Oliveira homenageou o primeiro presidente da ADUFC, Prof. Agamenon Almeida, que estava presente na plenária e recebeu um certificado com a honraria do sindicato pela sua contribuição à luta sindical.
 

O apoio do Sindicato Nacional às lutas contra o modelo predatório agrário-exportador e na construção de outro modelo de sociedade, que defenda a garantia dos direitos da classe trabalhadora, foi reforçada por Pedro D’Andrea, do Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM). “Não há como enfrentar esse modelo agrário-exportador, não há como enfrentar esse modelo mineral se não houver a articulação dos movimentos sociais do campo e da cidade, e, portanto, estamos aqui pra dizer que contamos com o ANDES-SN para a construção de outro modelo de mineração, e que o sindicato conte com o MAM para construir e defender as pautas que são centrais da categoria docente”, afirmou.

A unidade das entidades ligadas à educação foi reforçada por Artemis Martins, da coordenação-geral do Sinasefe. “ANDES-SN e Fasubra são nossos parceiros em defesa da educação pública e dos serviços públicos e a unidade é imprescindível. Não existe reconstrução e unidade possível no Brasil sem garantir a valorização do serviço público e das carreiras dos servidores públicos”.

Finalizando a Plenária de Abertura, o presidente do Sindicato Nacional reforçou o quão são importantes os espaços deliberativos do ANDES-SN, para firmar resoluções e determinar as agendas de luta. “É um momento muito esperado pelo nosso Sindicato, em acolher de braços abertos a Adufc e Adufscar como novas seções sindicais do ANDES-SN. Há um golpe que esse sindicato sofreu com a fratura e o desgarrar de parte expressiva das suas bases nas universidades federais e que, paulatinamente, um processo de conscientização, mobilização das bases vem apontando em sua reversão, no somar cada vez mais crescente de professores e professoras a esse projeto, a essa concepção de sindicato que, em 43 anos, se afirmou e que, reconhecida a sua unidade e indispensabilidade enquanto ferramenta, vai seguir se fortalecendo”, ressaltou.

O presidente do ANDES-SN citou ainda a importância da greve das e dos docentes da Universidade Estadual do Piauí (Uespi) contra a agenda neoliberal do governo estadual, as perdas salariais de 68% e os ataques à universidade. Também citou as lutas encampadas pelos Setores das Estaduais e das Federais em suas respectivas campanhas salariais. Ele também relembrou o caso do deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) que enviou um ofício à Embaixada dos EUA, informando os nomes das deputadas e dos deputados, entidades e civis brasileiros que já prestaram solidariedade à Palestina, como forma de perseguição.   

UNIVERSIDADE E SOCIEDADE

História do movimento docente nos 60 anos de luta e resistência à ditadura empresarial-militar” é o tema central da edição 73 da revista Universidade e Sociedade. O lançamento foi realizado no primeiro dia do 42º Congresso do ANDES-SN, durante a plenária de abertura.

A revista apresenta seis artigos sobre o tema principal, além de outros quatro sobre políticas públicas, as contribuições de Anísio Teixeira para educação e outros temas. A entrevista com a ex-presidenta do ANDES-SN, Rivânia Moura e a reportagem sobre a USP durante a ditadura empresarial-militar também fazem parte da edição.
A Edição 73 da Revista Universidade e Sociedade pode ser acessada no site do ANDES-SN.

PLENÁRIA TEMA I

A primeira plenária temática do congresso tradicionalmente traz o debate sobre Conjuntura e Movimento Docente. Excepcionalmente nesta edição, o ANDES-SN debateu e aprovou, por unanimidade, uma moção de repúdio que trouxe como título “Não é guerra, é genocídio!”, por entenderem que a conjuntura internacional exigia um posicionamento forte do 42º Congresso já no seu primeiro dia. Habitualmente, as moções dos congressos são aprovadas na plenária de encerramento.

O documento, destinado ao Ministério de Relações Exteriores, ao Congresso Nacional, à Secretaria da Presidência da República, às Embaixadas de Israel e da Palestina, à Federação Árabe Palestina do Brasil e às Secretarias da ONU e da OEA, manifesta apoio à causa Palestina, ao direito à autodeterminação do povo palestino, assim como condena enfaticamente o massacre e o genocídio desse povo.

DEBATE CONJUNTURA 

O debate sobre a conjuntura e os seus impactos no movimento docente começou com a apresentação dos textos enviados ao Caderno do Congresso. Os(as) autores(as) tiveram a oportunidade de fazer as suas análises para o plenário e, sem seguida, foram abertas dezenas de falas aos participantes que estavam na plenária. Alguns temas foram predominantes no debate, como o genocídio do povo palestino, o extermínio dos povos indígenas, do povo negro e das pessoas trans e travestis. Foi apontada, também, a importância de construir unidade de ação coletiva nas pautas comuns, em defesa do serviço público, da Educação e dos direitos da classe trabalhadora e, em específico, da categoria docente.

Além disso, as falas destacaram a relevância de seguir na luta por carreira, pela recomposição salarial e por melhores condições de trabalho docente e da articulação nos fóruns de servidores federais, estaduais e municipais contra os ataques aos serviços públicos e ao funcionalismo das três esferas.

NÚMEROS DO 42º CONGRESSO
O 42º Congresso conta com números expressivos de participação. Ao todo, são 83 seções sindicais e mais três convidadas. No total, são 632 participantes, sendo 457 delegadas(os), 132 observadores(as), sete convidadas(os) e 36 diretores(as) do Sindicato Nacional.

DELEGAÇÃO APROFURG

A Aprofurg - Seção Sindical do ANDES-SN conta com 12 professores e professoras. Os(as) docentes foram eleitos em assembeia geral, no dia 1º de novembro do ano passado, os(as) professores(as): Milton Lima, Jussemar Weiss, Cristiano Engelke, Gustavo Miranda, Magda Vicente, Rita Rache, Jaci Saraiva, Rita Grecco, Angélica Miranda, Maciel Cover, Marcia Umpierre e Manoel Luis (Maneca).

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